Você já parou para pensar na importância do empreendedorismo feminino?
Empreendedoras de sucesso como Camila Farani e Luiza Helena Trajano colocam o Brasil em destaque no mundo dos negócios, além de inspirar muitas outras mulheres a assumir posições de destaque no mundo dos negócios.
Segundo dados da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020, principal pesquisa sobre empreendedorismo do mundo, feita com apoio do SEBRAE, o Brasil possui a sétima maior participação feminina entre os empreendedores iniciais. Dos 52 milhões de empreendedores no país, 30 milhões (48%) são mulheres. A preferência delas é pelos segmentos de beleza, moda e alimentação. Elas também são a maioria nos setores de comércio (52,95%), indústria (65,20%) e serviços (55%). A pesquisa é realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ).
Desde 2019, somos o sétimo país com o maior número de negócios liderados pelo público feminino. E por consequência desse crescimento, vem se destacando cada vez mais ações, projetos e eventos de instituições privadas e ONGs com foco na mulher como líder de negócios. Ressalto aqui a Rede Empreendedora Mulher (REM), primeira e maior rede de apoio ao empreendedorismo feminino do Brasil que atua priorizando a integração, capacitação e troca de conhecimento entre mulheres que possuem ou buscam o próprio negócio, espalhadas por todo o país.
E quando falamos em mulher e negócios, duas datas se destacam:
08 DE MARÇO – Dia internacional da mulher, data escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para lembrar a luta das mulheres pela igualdade de direitos;
19 DE NOVEMBRO – Dia do empreendedorismo feminino, data escolhida pela ONU como símbolo de apoio às empreendedoras e incentivo às mulheres que criam e comandam seus próprios negócios.
E apesar de todos esses dados e datas que marcam feitos no Brasil e no mundo, as oportunidades ainda não são as mesmas.
Estudo anual sobre empreendedorismo feminino trouxe também recortes sobre dificuldade de acesso ao crédito, que revelou que 72% das mulheres empreendedoras avaliadas são totalmente ou parcialmente independentes financeiramente. Mas mesmo com essa autonomia elas ainda tem dificuldades de conseguir acesso a crédito, sendo que, 47% delas solicitaram crédito e tiveram seus pedidos negados.
Outro recorde trazido na pesquisa foi sobre os impactos da digitalização, que para 62% das mulheres que empreendem foi positivo para o negócio. Os aplicativos de mensagens e redes sociais são as ferramentas digitais mais utilizadas em seus negócios, mas também houve crescimento no uso de sites próprios e de vendas durante a pandemia e mais da metade das empreendedoras utilizam plataformas de e-commerce, site/blog próprio como ferramenta de vendas. Mas, apesar do alto impacto da digitalização, para 54% das empreendedoras a pandemia trouxe menos oportunidades de crescimento.
Veja outros dados vindos de levantamentos da ONU, RME, Sebrae, Distrito, Banco Mundial e IBGE:
- 44% dos negócios liderados por mulheres se caracterizam como empreendedorismo por necessidade;
- As mulheres ganham 22% menos que os homens, mesmo tendo 16% mais escolaridade;
- Elas são maioria nos setores de alimentos, vestuário e beleza, deixando áreas mais inovadoras, como tecnologia da informação, para os homens;
- A média de capital recebida por startups lideradas por mulheres é de cerca de 65% da média recebida pelos homens;
- As startups lideradas só por mulheres receberam apenas 0,04% dos mais de US$ 3,5 bilhões aportados no mercado em 2020;
- Mesmo com índices de inadimplência mais baixos, as empreendedoras recebem empréstimos com juros cerca de 3,5% mais altos do que os homens;
- Mulheres dedicam 18% menos horas ao negócio do que os homens, porque precisam cuidar dos filhos e das tarefas domésticas.